A lógica de que exagerar na dose de analgésicos pode tornar a pessoa mais resistente à dor se aplica ao veneno para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue.
Uma pesquisa da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu aponta que o emprego excessivo de inseticidas, tanto o aplicado pelas prefeituras quanto os usados em casa, induz o mosquito a ter uma resistência genética maior ao veneno.
O trabalho fez o mapeamento genético de 95 mosquitos em sete cidades paulistas, com diferentes incidências de casos de dengue.
Em laboratório, também foi avaliado como o organismo das larvas do inseto respondia ao veneno.
VARIADO
Como a genética do Aedes revelou ser muito variada de uma localidade para outra, isso indica, de acordo com Macoris, que o mosquito tende a se estabilizar em cada local e a desenvolver diferentes níveis de resistência a inseticidas, conforme a exposição do animal à substância.
Órgãos públicos já controlam o veneno, diz a pesquisadora, mas a orientação é que, dentro de casa, o uso seja moderado. "Ainda existe essa cultura nas pessoas de acreditar na eficácia do inseticida em casa", afirma.
O Ministério da Saúde também alerta para o uso doméstico exagerado de inseticidas contra o mosquito.
Há 12 anos, o governo criou um sistema de monitoramento da eficácia dos venenos aplicados. Vinte cidades paulistas foram selecionadas.
A cada dois anos, as prefeituras recolhem ovos do mosquito para serem analisados em laboratórios da rede pública de saúde. O veneno é trocado sempre que a taxa de resistência fica muito alta.
Fonte: Folha.com
Postado Por: Maciel Ribeiro
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